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Se estiver em São Paulo, não deixe de ir à COOPERIFA (Cooperativa Cultural da Periferia). Doze anos de agito cultural! 

"Em 2000, ao ver uma fábrica abandonada em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, Sérgio Vaz decidiu que ali seria um espaço para encontros culturais. Filho de uma família pobre, mas “que não deixava faltar o básico: comida e livros”, há tempos ele procurava formas de unir a periferia pela arte. Lá nasceu a Cooperativa Cultural da Periferia, Cooperifa, um dos movimentos artísticos mais ativos de São Paulo.




Os primeiros encontros reuniram diversas atividades, mas o ponto forte eram os saraus de poesia. Neles, a indignação de quem vive na periferia surgia em forma de arte. O povo oprimido encontrava um espaço de liberdade ali, do ladinho de casa. “O poder público não nos deu nada? Então fizemos algo onde não tinha nada”, explica Sérgio.

Hoje os saraus ocorrem semanalmente no bar Zé Batidão, na zona sul de São Paulo. O microfone está aberto para qualquer um. É só chegar. O evento costuma reunir 150, 200 pessoas. Já chegou a 500. A Cooperifa também promove ações como o Cinema na Laje, que exibe filmes e documentários feitos por artistas da periferia. E ainda leva os saraus para escolas e para a Fundação Casa (ex-Febem). Pelo trabalho inovador, a instituição ganhou o prêmio Educador Inventor, concedido pela Unesco.

Em quase 10 anos, 40 livros já foram publicados pelo pessoal da Cooperifa. Só de Sérgio são seis, todos elogiados pela crítica. Neste ano, o agitador cultural lançou um cd com 25 poetas, apenas com a força das palavras. E, claro, pelo que os faz estar juntos. “A periferia nos une pela dor, pela cor e pelo amor”, declara". (Fonte)