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domingo

Choro: antropofagia musical

"O choro pode ser considerado como a primeira música urbana tipicamente brasileira (...) Esse tipo de música também era conhecida na época como pau-e-corda, porque as flautas usadas naquele tempo eram feitas de ébano. O choro foi o recurso que o músico popular utilizou para tocar, do seu jeito, a música importada que era consumida, a partir da metade do século 19, nos salões e bailes da alta sociedade. A música que os chorões tocavam, porém, logo se distinguiu em muito daquelas tocadas nos nobres salões cariocas". 

Luperce Miranda, o rei do bandolim

Aos domingos, oito da manhã, Perfilino Neto produz o programa Encontro com o Choro, na rádio Educadora FM, 107.5, em Salvador. 

Numa de suas edições conheci as belas músicas instrumentais do bandolinista Luperce Miranda, a quem Heitor Villa-Lobos haveria chamado "o rei do bandolim".

Veja a interpretação de alguns choros por seu filho Luperce Miranda Filho, e o maestro José Schiller (curioso sobrenome!) falando a respeito de Luperce.

sábado

Antropofagia hoje

"Ainda é possível propor uma releitura da teoria cultural de Oswald de Andrade? Vale a pena (mais uma vez!) reinterpretar a antropofagia? É possível convertê-la numa forma crítica de entendimento da realidade contemporânea? (...)

Ora, se o grande dilema contemporâneo é inventar uma imaginação teórica capaz de processar a vertigem de dados recebidos ininterruptamente, então, a antropofagia oswaldiana pode tornar-se uma alternativa relevante para a redefinição da cultura contemporânea." (Orelha do livro "Antropofagia Hoje? Oswald de Andrade em cena", 2011).


Acerca da atualidade da Antropofagia cultural - essa "imaginação teórica da alteridade" - recomendamos a leitura de "Antropofagia Hoje? Oswald de Andrade em Cena", organizado por João Cézar de Castro Rocha.

Veja entrevista com o organizador do livro.

Cooperifa






Se estiver em São Paulo, não deixe de ir à COOPERIFA (Cooperativa Cultural da Periferia). Doze anos de agito cultural! 

"Em 2000, ao ver uma fábrica abandonada em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, Sérgio Vaz decidiu que ali seria um espaço para encontros culturais. Filho de uma família pobre, mas “que não deixava faltar o básico: comida e livros”, há tempos ele procurava formas de unir a periferia pela arte. Lá nasceu a Cooperativa Cultural da Periferia, Cooperifa, um dos movimentos artísticos mais ativos de São Paulo.


Programa Espelho

Programa Espelho, Canal Brasil.

domingo

...


Depois do almoço parei para um café na P&C do Juazeiro. Da janela, sob o reflexo do vidro, vejo um homem e uma criança. Ele trabalha, completando um conjunto de tapumes para a obra que avança. A criança desenha. Com o lápis de marceneiro, ela inaugura o tapume já colocado e precariamente pintado de branco. Qualquer descrição ou registro torna a cena insegura e melindrosa. Não é isso que quero. Queria só a imagem - absoluta e frágil - , mas não me contenho, preciso falar, porque me acomete como uma urgência, dizer (inutilmente) que gosto da cena.


Psicologia X Ciência


sábado

E n g a r r a f a m e n t o 



grupo poro

Esse poema de Drummond evocou em mim a poética do Grupo Poro e suas ações efêmeras; em especial a Enxurrada de Letras





A FLOR E A NÁUSEA

Preso à minha classe e a algumas roupas, 
Vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo? 
Posso, sem armas, revoltar-me'?

Olhos sujos no relógio da torre: 
Não, o tempo não chegou de completa justiça. 
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.